quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Empolgação para ser contida

Brasil Duas seleções brasileiras que jogaram de ontem para hoje têm motivos de sobra para estar empolgadas. Os times de vôlei feminino e futebol masculino, até o momento, estão se impondo com categoria em suas modalidades.

O jogo entre as meninas comandadas por José Roberto Guimarães e a Sérvia foi, de longe, a melhor exibição coletiva desta edição dos Jogos Olímpicos. A atuação da equipe do Brasil foi impecável durante toda a partida. Imposição do primeiro ao último segundo, resultando em um fácil 3 a 0. Desempenho semelhante aos do auge do vôlei masculino do País, há alguns anos. De brilhar os olhos.

No futebol, mesmo poupando alguns jogadores, o Brasil voltou a mostrar qualidade. Verdade que a equipe teve uma partida irregular em certos momentos. Mas, considerando que o time estava sem algumas importantes peças titulares, o 3 a 0 sobre a China deve ser considerado um resultado excelente. Destaque para Thiago Neves que, fora dois belos gols, mostrou muita participação e disposição e deveria ser mantido entre os titulares, no lugar de Anderson.

É bom comemorar resultados satisfatórios. Melhor ainda é lembrar que, em modalidades que o Brasil tem tanta qualidade, o verdadeiro resultado satisfatório é, ao menos, uma medalha. Portanto, o principal para o vôlei feminino e para o futebol masculino é guardar a empolgação para o momento certo e continuar trabalhando firme. Os resultados estão aparecendo. Basta manter.

Um homem, oito provas IV e V

Phelps A velocidade de Phelps é tão incrível que o blog nem consegue acompanhar seu ritmo de conquistas de medalhas de ouro. De ontem para hoje, foram duas. E o mais impressionante: em um espaço de tempo minúsculo entre elas. Em menos de uma hora, o fenômeno das piscinas venceu os 200m borboleta e o revezamento 4x200m livre. Demonstração clara de quão incansável ele é.

Além disso, no revezamento, Phelps (ao lado de seus três companheiros de prova) ainda deixou mais uma marca expressiva para a história dos Jogos. A equipe dos Estados Unidos bateu o recorde mundial do 4x200m livre em quatro segundos e meio. Na natação, que costuma ter diferenças entre atletas marcadas por centésimos de segundos, um segundo já é considerado uma eternidade. Imagine quatro e meio!

Com estes dois ouros, Phelps fica a três de bater o recorde de Mark Spitz. E, mesmo que ele não chegue lá, ele já é o atleta com o maior número de douradas olímpicas de todos os tempos. Tantas marcas, tantos recordes... a história do esporte está sendo escrita e todos os interessados estão tendo a honra de poder assistir.

Crescente

Brasil A madrugada de segunda para terça-feira viu duas equipes brasileiras mostrarem um considerável crescimento de desempenho nos Jogos Olímpicos. Dois selecionados que eram incógnitas no começo de suas respectivas competições.

Primeiro, o vôlei masculino, que enfrentou a Sérvia. A equipe dos bálcãs costuma ser um dos oponentes mais complicados para a equipe de Bernardinho. Normalmente, as partidas entre as duas seleções vão até o tie break. E não foi o que aconteceu desta vez.

Mesmo com o desfalque de Giba (que sentiu o ombro), o Brasil venceu por 3 sets a 1. Um alívio para o torcedor, que viu um primeiro jogo contra o Egito com mais falhas do que o comum e agora percebe a equipe voltar a fazer o que dela se espera. Continuando nessa toada, é esperança de ouro.

Depois, o futebol feminino. Após um começo instável, a equipe comandada por Jorge Barcellos se encontrou em campo. Em jogo inspirado de Cristiane, o Brasil mostrou, mais uma vez, um futebol técnico e cheio de habilidade. A vitória sobre a Nigéria por 3 a 1 garantiu às brasileiras o primeiro lugar do grupo F. Agora, elas jogarão contra as norueguesas na sexta-feira, pelas quartas-de-final.

Se, por um lado, o ataque da nossa seleção feminina é sensacional, a defesa é muito insegura. É o maior risco do País no caminho a uma medalha. Isso, e as alemãs, campeãs mundiais, que podem voltar a cruzar o caminho verde-amarelo na semifinal.

Festa cega

Judô A imprensa brasileira exalta o desempenho do País no judô. Todos fazem questão de lembrar que, com a medalha de bronze conquistada na manhã desta terça-feira por Tiago Camilo, o esporte passou a vela como nossa modalidade mais vencedora na história dos Jogos. Um total de 15 medalhas, contra 14 dos velejadores.

Obviamente, cada um olha para os números como bem entender. Contudo, essa celebração não deixa de soar como uma tentativa de desvirtuar a atenção de uma questão chata, mas claríssima. Camilo é o segundo judoca brasileiro campeão mundial que não conseguiu confirmar seu favoritismo nesta edição das Olimpíadas, ficando com o bronze. O primeiro, foi João Derly.

Que fique claro: isso não tira mérito nenhum do número alcançado de 15 medalhas. Não há dúvidas que o judô é uma categoria de grande sucesso para o Brasil em Jogos Olímpicos. Mas isso não pode ocultar o fato de que, até o momento, nossos principais judocas não estão alcançando os objetivos traçados.

E que isso não seja interpretado como mera crítica. É somente uma constatação que qualquer analista isento deve fazer neste momento.