segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Os pódios da Olimpíada

Balanço Com o término dos Jogos Olímpicos, chega o momento de fechar a conta e fazer o balanço. E, para promover um pequeno resumo do que houve de principal em Pequim, o HJO2008 divulga os seus pódios da Olimpíada. Listas com os três principais destaques (positivos ou negativos) de determinadas categorias. Confira:

Os nomes mais marcantes (mundo):
Ouro – Michael Phelps: oito ouros, sete recordes mundiais.
Prata – Usain Bolt: recordes mundiais sem demonstrar esforço.
Bronze – Yelena Isinbayeva: antes do ouro, deu até para cochilar.

Os nomes mais marcantes (Brasil):
Ouro – Maurren Maggi: do doping ao ouro. História de cinema.
Prata – Cesar Cielo: prometeu vencer os 50m livre. E cumpriu.
Bronze – J. R. Guimarães: um Bernardinho menos estrela.

As decepções (Brasil):
Ouro – Judô: três campeões mundiais participaram. Nenhum ouro.
Prata – Diego Hypólito: queda no final e um ouro certo deu adeus.
Bronze – Vôlei de praia: jogo nacional na semi tirou o ouro do País.

Os momentos para esquecer (mundo):
Ouro – Matos (Cuba) se irrita com árbitros e parte para a agressão.
Prata – Abrahamian (Suécia) joga medalha de bronze no chão.
Bronze – Sem prova, Unger (Alemanha) acusa Usain Bolt de doping.

Os momentos para esquecer (Brasil):
Ouro – Nuzman diz que o Brasil de 2008 foi o melhor da história.
Prata – Thiago Neves e Lucas batem nos argentinos.
Bronze – Sumiço da vara de Fabiana Murer prejudica a atleta.

domingo, 24 de agosto de 2008

Acabou, mas não acabou

Encerramento O último dia dos Jogos Olímpicos assistiu à mais previsível de todas as medalhas. O ouro da equipe dos Estados Unidos de basquete masculino. Apesar de tudo ficar dentro do previsto, vale um destaque para os vice-campeões da Espanha. Mesmo claramente inferior aos americanos, o time de Pau Gasol jogou o máximo que podia e não deixou os campeões abrirem grande distância no placar, como muitos esperavam.

Pela manhã no Brasil, noite na China, o mundo viu o último ato das Olimpíadas de Pequim. A festa de encerramento, onde os chineses passaram a incumbência de próxima sede aos ingleses. Um belo fechamento para a, na questão estritamente esportiva, melhor edição dos Jogos. Viu-se uma chuva de recordes, a consagração de grandes atletas e um evento com poucas falhas.

Se as Olimpíadas acabaram, o trabalho do HJO2008, ainda não. Nos próximos dias, trataremos do quadro de medalhas (que, aliás, o blog previu que tinha tudo para ser liderado pelos chineses) e dos principais destaques destes 19 dias de cobertura.

Fechando a conta

Vôlei O vôlei do Brasil fechou a lista de medalhas do País em Pequim. No feminino, os fantasmas foram vencidos. As meninas não sucumbiram à pressão do momento decisivo e mantiveram o nível, que sempre foi acima do de todas as adversárias. Com isso, elas bateram os Estados Unidos na final por 3 a 1 (único set perdido em toda a competição) e garantiram a inédita medalha de ouro.

Também terminou em 3 a 1 a final do vôlei masculino, disputada pelos mesmos Brasil e Estados Unidos. Só que, entre os homens, o placar foi para os norte-americanos. Os brasileiros não conseguiram voltar a jogar com a velocidade de outras ocasiões e mostraram que o trauma da Liga Mundial ainda não foi totalmente absorvido. A prata, nessas condições, não foi tão decepcionante.

Com esse resultado, uma das maiores equipes da história do esporte brasileiro chega a seu fim. É momento para início de reconstrução.

Hermanos de oro

Futebol O principal candidato ao ouro do futebol masculino sempre foi a Argentina. Eles não só defendiam o título conquistado em Atenas, como tinham a melhor formação de meio e ataque da competição. Como se viu durante todos os Jogos, zebras foram até freqüentes. Mas os nossos hermanos não falharam.

A final contra a Nigéria foi muito disputada, mas os argentinos jogaram com maior consciência durante todos os 90 minutos. Os africanos se jogaram ao ataque sem grandes cuidados e os comandados de Sergio Batista souberam se aproveitar da situação. Investiram em contra-ataques e, em um deles, saiu o gol de Di María que garantiu o bicampeonato olímpico.

Gol que veio coroar o excelente desempenho do meia-atacante nas Olimpíadas. Depois de uma temporada muito discreta pelo Benfica, ele foi um dos principais destaques da Argentina na China.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Salto para o ouro

Atletismo Queda no solo, vara que desaparece, gol que não sai. Já estava na hora de o Brasil ter a sorte voltada para seu lado em ao menos uma modalidade dos Jogos Olímpicos. Pois quis o destino que fosse no salto em distância, com Maurren Higa Maggi.

A brasileira era uma das principais candidatas a uma medalha. Porém, o ouro era quase impossível. Afinal, a portuguesa Naide Gomes é quase uma Isinbayeva de sua categoria – seus saltos em 2008 foram muito superiores aos de todas as suas adversárias.

Só que as eliminatórias trataram de acabar com essa disparidade entre Gomes e as outras concorrentes. A portuguesa queimou seus dois primeiros saltos e, pressionada no último, não conseguiu se classificar para a final.

Com isso, Maurren passou ao papel de favorita. Das oito atletas qualificadas, ela era a detentora do melhor salto do ano.

Confira a lista das cinco melhores marcas de 2008 até os Jogos:
▪ Maurren Higa Maggi (Brasil) – 6,99m
▪ Brittney Reese (Estados Unidos) – 6,95m
▪ Funmilayo Jimoh (Estados Unidos) – 6,91m
▪ Grace Upshaw (Estados Unidos) – 6,88m
▪ Tatyana Lebedeva (Rússia) – 6,88m

Se Naide Gomes não cumpriu seu papel de favorita, Maurren o fez com primazia. Em sua primeira tentativa da final, conseguiu ir além de seu melhor salto do ano e chegou a 7,04m. Distância que nenhuma outra saltadora alcançaria durante todo o resto da prova, garantindo à brasileira o ouro.

Caso Gomes estivesse na final, o primeiro lugar provavelmente seria dela. Ela já havia chegado à marca de 7,12m neste ano, o que seria mais que suficiente para vencer a competição.

Mas a portuguesa não estava com sorte. O destino já tinha escolhido Maurren. E, entre todos os brasileiros, por tudo que ela já passou, não haveria escolha mais feliz.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Pratas e pratas

Brasil Há medalhas de prata de diversos sabores. Umas, doce como o ouro. Outras, amargas como medalha nenhuma. O Brasil vivenciou casos dos dois extremos nestes últimos dias dos Jogos.

Robert Scheidt e Bruno Prada chegaram à última regata da classe Star da vela com o bronze praticamente definido. Dificilmente perderiam a terceira posição ou alcançariam os vice-líderes, dada a grande distância de pontuação entre os concorrentes.

De qualquer maneira, a medalha já seria considerada um feito. Afinal, a dupla brasileira começou a disputa com regatas muito fracas. Nas três primeiras, eles estavam abaixo do décimo lugar geral. Faltando três para a final, eles ainda se encontravam somente em oitavo. Mas, em uma recuperação impressionante, subiram rapidamente ao já citado terceiro lugar.

Se essa ascenção já era boa, ficou melhor. Os suecos, até então na segunda colocação, foram muito mal na hora H e terminaram a regata final em último lugar. Com isso, Scheidt e Prada conseguiram o que ninguém mais previa: descontar toda a desvantagem que tinham em relação ao time da Suécia e garantir a, nesse caso, doce e inesperada prata.

Se no iatismo a prata foi comemorada, no futebol feminino e no vôlei de praia masculino, não foi bem assim.

As meninas do futebol, que haviam vencido as poderosas alemãs com facilidade na semifinal, entraram em campo exageradamente nervosas. Contra um defensivo, mas muito seguro, time dos Estados Unidos, elas não conseguiram encaixar o jogo que costumam e perderam a paciência.

Por culpa do nervosismo, começaram a abusar de jogadas individuais e de passes longos e afobados, que se mostraram improdutivos. Deste modo, o zero permaneceu no placar até o fim do tempo regulamentar. Como só o Brasil tinha atacado durante os 90 minutos, o cansaço começou a aparecer.

No tempo extra, cansadas, as brasileiras ficaram vulneráveis. Vendo isto, as norte-americanas começaram a ir ao ataque. E conseguiram o almejado gol da vitória, deixando o Brasil com uma, para esse caso, amarga prata. Amarga pela sensação clara de que um desempenho mais calmo poderia facilmente levar a equipe ao ouro.

No vôlei de praia masculino, as duplas brasileiras inverteram os papéis que deveriam ter. Ricardo e Emanuel, que tinham mais chances de ouro, perderam na semifinal para Márcio e Fábio Luiz, menos experientes para uma final olímpica.

Resultado: Ricardo e Emanuel, favoritos ao ouro, ganharam a decisão de terceiro lugar e ficaram com o bronze. Márcio e Fábio Luiz, que poderiam ter levado esse bronze caso perdessem a semifinal, não conseguiram se impor na final e ficaram com uma triste prata. Triste por saber que, invertessem-se as duplas, o Brasil poderia estar no lugar mais alto do pódio.

Pratas que causam todos os tipos de sensações. Após a decepção passar, só há um fato: a medalha fica. E não é pouca coisa. Pode não ser um ouro, mas não deixa de ter grande importância.

Mais rápido que um raio

Atletismo "Bolt", palavra em inglês, significa raio. Em Pequim, o nome Usain Bolt é sinônimo de mais rápido que um raio. Após vencer com extrema facilidade os 100m rasos, o jamaicano venceu também a prova dos 200m rasos. Ambas, com recorde mundial.

É a primeira vez na história que um mesmo atleta quebra os recordes mundiais destas duas provas em uma só edição dos Jogos Olímpicos. Mais um nome que exibe sua capacidade em Pequim e entra para os anais do esporte.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Adeus

Futebol Se a seleção brasileira de futebol feminino ainda está na briga pelo ouro, a masculina deu adeus a suas chances. E de que modo! Uma derrota por 3 a 0 diante da Argentina, com domínio total do time de Messi, Di María, Agüero e Riquelme.

A equipe do Brasil mostrou erros que foram comuns não somente durante as Olimpíadas, mas em toda a passagem de Dunga pelo comando da seleção. Falta de poder criativo e, principalmente, isolamento do atacante, para quem a bola nunca chega.

Só que a culpa não é somente de Dunga, como boa parte da imprensa brasileira tenta fazer parecer. Que não se esqueça que o treinador não entra em campo, só escala. O que dizer, por exemplo, do desempenho de Ronaldinho e de Diego? Eles que são os responsáveis pela armação das jogadas, não Dunga.

Acontece que é mais fácil para os "jornalistas" criticarem um técnico inexperiente do que jogadores famosos. Arranjar bode expiatório é uma atitude covarde. Em qualquer derrota, inclusive nesta, o treinador tem sua culpa. Mas os jogadores, também.

Em outra falha da imprensa, quase nada se falou da lamentável atitude dos meias Lucas e Thiago Neves. Quando o Brasil estava claramente derrotado, os dois jogadores perderam o juízo e bateram descaradamente nos argentinos. Falta total de espírito esportivo e de respeito. Coisa de quem não sabe perder.

À Argentina, o principal alerta é não pensar que essa partida foi uma final antecipada. O time tem que entrar na decisão contra a Nigéria com a mesma seriedade com a qual tratou o Brasil. Se o fizer, tem grandes chances de garantir o bicampeonato olímpico.

Para o alto e... recorde!

Atletismo Entre os muitos recordes mundiais quebrados nestes Jogos Olímpicos, um dos mais previsíveis era o do salto em altura feminino, com Yelena Isinbayeva. A russa está, há tempos, em um nível muito acima de todas as suas adversárias.

E no Ninho do Pássaro, esse desnível ficou mais uma vez provado. Isinbayeva só começou a saltar para alturas que a maioria das outras já não conseguia alcançar. Para se ter idéia, a primeira altura que ela tentou (4,70m) só foi alcançada por cinco atletas. A segunda (4,95m), só por ela.

A superioridade da musa russa é tão óbvia que ela arranjou um tempo para tirar um cochilo dentro do estádio, até a prova chegar aos 4,70m. E, como esperado, ela levou o ouro e bateu o recorde mundial da modalidade, com 5,05m.

O destaque negativo dessa competição fica para o sumiço da vara da brasileira Fabiana Murer. Pouco importa se isso mudou ou não o resultado final dela. A questão não é essa. O mínimo de organização que uma Olimpíada pode ter requer cuidados básicos, como checar o material de prova das atletas.

Se isso não for feito, não há desculpa. Pode-se dizer o que quiser: os únicos culpados são os responsáveis pela organização.

A um passo da história

Futebol A verdade é repetida como um mantra. O único título que o futebol brasileiro não possui é o das Olimpíadas. Em Pequim, o País está a um passo de mudar essa história. Porém, ao contrário do que se poderia imaginar há algum tempo, no feminino. Não é o mesmo? Mas é alguma coisa. Melhor: muita coisa.

Diz-se, com freqüência, que o Brasil é o país do futebol. Só que, na realidade, é o país do futebol masculino. As mulheres do futebol nacional não têm praticamente nenhum tipo de apoio. O dinheiro gasto com elas é irrisório se comparado ao movimentado com os homens. E, mesmo assim, os resultados teimam em aparecer.

O Brasil passeou na semifinal do futebol feminino. Sofreu um gol no começo do jogo, não se abalou e fez quatro. E o 4 a 1 não foi contra qualquer time. Foi contra a Alemanha, atual campeã mundial. E também não foi um placar achado ou alcançado por sorte. Foi uma aula de futebol. Ofensivo, sem descuidar da marcação e com muita ousadia e categoria.

Na final, as brasileiras enfrentarão a equipe dos Estados Unidos. As mesmas que, há quatro anos, venceram o Brasil exatamante na final. Uma possibilidade de revanche, com boa chance de acontecer.