segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Brasil sai do zero

Judô O incômodo zero do Brasil no quadro de medalhas terminou. No final das atividades de ontem para hoje em Pequim, o País garantiu suas duas primeiras medalhas de bronze no judô.

Mais do que meros números nas estatísticas, Ketleyn Quadros e Leandro Guilheiro devem ser saudados pelo estilo de luta que tiveram. Ambos praticaram o judô como ele deve ser, partindo para o ataque, sem fugir da luta. Eles têm qualidade, respeitaram os ideais da modalidade e foram merecidamente premiados com medalhas.

As nossas próximas expectativas de pódio continuam no judô, com os atuais campeões mundiais Tiago Camilo (nesta terça) e Luciano Corrêa (na quinta).

A praia é nossa?

Vôlei de praia Historicamente, o vôlei de praia brasileiro é um dos dois melhores do mundo. Desde que a modalidade foi inclusa como esporte olímpico, em 1996, em Atlanta, o domínio é quase que totalmente dividido entre o Brasil e os Estados Unidos. As duplas brasileiras têm menos ouros que as norte-americanas, mas mais medalhas no total.

Confira:
▪ Estados Unidos – 3 ouros, 1 prata e 1 bronze. Total: 5 medalhas.
▪ Brasil – 2 ouros, 4 pratas e 1 bronze. Total: 7 medalhas.

O Brasil tem tantos atletas de qualidade no esporte que boas duplas acabam sobrando, ficando sem vaga para disputar as Olimpíadas. Assim, dá até para "emprestar" estes valores para outros países. É o caso de Renatão e Jorge, que se naturalizaram pela Geórgia para competir nos Jogos.

Discussões do valor da nacionalidade como parte da beleza olímpica à parte, que se fale do jogo. Os "brasileiros-brasileiros" Ricardo e Emanuel enfrentaram, pela segunda partida da fase de grupos, os "brasileiros-georgianos" Renatão e Jorge – que, sem nenhuma brincadeira, adotaram os nomes de Geor e Gia para atuar pelo país do leste europeu.

Assim como no primeiro jogo, Ricardo e Emanuel não encontraram grandes dificuldades e confirmaram o favoritismo de pentacampeões mundiais que são. Venceram o jogo por 2 sets a 0, com parciais de 21/19 e 21/17. Com a segunda vitória, eles estão classificados para as oitavas-de-final da competição, com um só objetivo: a bem possível medalha de ouro.

Vale lembrar que a Geórgia está nos noticiários dos últimos dias por um motivo nada esportivo. Aliás, totalmente anti-olímpico. Se um dos objetivos do momento dos Jogos Olímpicos é o de cessar conflitos ao redor do mundo, não é isso o que vem acontecendo entre georgianos e russos. Algo a se lamentar profundamente.

Uma música da cantora georgiana Diana Gurtskaya, Peace will come, resume bem a situação da região:

"Minha terra ainda está chorando, dividida em duas
Meu mundo está morrendo aos poucos
Meu coração está chorando
Paz e amor!"

Um homem, oito provas II

Phelps Segundo dia, parte dois da saga de Michael Phelps. A segunda prova do caminho do nadador em direção a seu objetivo (o novo recorde de medalhas em uma só edição dos Jogos) era uma das mais duras. O revezamento 4x100m livre foi uma das duas provas que Phelps (nesse caso, a equipe norte-americana da qual ele faz parte) não levou o ouro em Atenas. Por isso, a tensão para a prova era grande. Poderia ser o fim de um sonho ainda em seu começo.

Os principais adversários do time dos Estados Unidos eram conhecidos: a França e a Austrália. Dois países com nadadores bons o suficiente para almejar a conquista do ouro e, com isso, acabar com a ambição do fenômeno das piscinas. E, como previsto, a prova foi realmente complicada. Tanto foi, que Phelps terminou a primeira parcial pelo time americano somente em segundo lugar (algo incomum para ele), atrás dos australianos.

Após três nadadores de cada equipe, a meta de Phelps parecia estar muito próxima do fim precoce. Os Estados Unidos permaneciam na segunda colocação. Para piorar, a distância em relação aos franceses, primeiros lugares, era de mais de meio segundo – muito para natação. E se a situação já não era alarmante o suficiente, a França ainda teria na parte final simplesmente o recordista mundial da distância, Alain Bernard.

E aí, o inesperado aconteceu. De modo até certo ponto inacreditável, o americano Jason Lezak deu um maravilhoso sprint nos 25 metros finais e passou Bernard por oito centésimos. Daquelas diferenças que, a olho nu, não se tem certeza do vitorioso. Precisou-se de confirmação oficial para saber com certeza quem havia sido o vencedor. Um final cheio de emoção, que fez Phelps comemorar como se tivesse ganho a primeira prova de sua vida.

O principal objetivo deste blog é analisar os principais momentos das Olimpíadas. Porém, há raras situações em que só uma descrição detalhada do que aconteceu em um evento pode transmitir a emoção sentida quando algo aconteceu. E o revezamento 4x100m livre foi um destes momentos raros. Uma emoção inexplicável até para quem não torce para Phelps. Viradas assim são raras. E, com certeza, esta ficará na memória de todos que assistiram por muito tempo.