sábado, 16 de agosto de 2008

Vim, prometi, venci

Natação A primeira medalha de ouro do Brasil em Pequim veio de um atleta que ninguém, com coerência, poderia esperar. César Cielo venceu os 50m livre e sagrou-se o nadador mais rápido do mundo.

E não se fala de medalha inesperada como desdém do brasileiro. Os números realmente iam contra ele: Cielo não tinha o melhor tempo das eliminatórias. Além do mais, como pensar em vitória brasileira na natação se o País nunca tinha ido ao lugar mais alto do pódio nessa modalidade em Jogos Olímpicos?

Mesmo que as pessoas não acreditassem em suas chances de vencer os 50m livre, Cielo não deu a mínima. Após conquistar o bronze dos 100m livre, prometeu o ouro nos 50. E não por arrogância. Foi por confiança no próprio trabalho, por conhecer seus limites e saber até onde poderia chegar na decisão do evento. Óbvio que é fácil dizer isso agora. Se ele não cumprisse o prometido, teria sido muito criticado.

Mas cumpriu. E com domínio completo, na liderança do começo ao fim. Foi ao pódio, chorou de emoção, contagiou a todos. Cielo é um exemplo de pessoa que confia no que pode fazer, sem confiar no que não pode. É esse tipo de herói que o Brasil precisa.

Um homem, oito provas VII

Phelps Mark Spitz foi alcançado. Michael Phelps chegou à marca de sete medalhas de ouro em uma só Olimpíada. Aconteceu nos 100m borboleta. Entre as oito provas que o norte-americano disputa em Pequim, esta não era considerada uma das mais fáceis – tanto, que ele não chegou à final com o melhor tempo, fato raro. E, além disso, com o cansaço de seis fases qualificatórias e finais já disputadas, a dificuldade aumentava ainda mais.

Como previsto, foi a prova mais complicada para o fenômeno das piscinas até o momento. O sérvio Milorad Cavic liderava com certa folga até os 25 metros finais de competição. E aí, uma situação que não teria a mesma interpretação para qualquer outro atleta, só para Phelps: mesmo tão perto do fim da prova, era difícil duvidar que ele não desse um sprint e ultrapassasse Cavic.

E foi o que aconteceu. O sprint de Phelps nos últimos metros foi memorável. Viu-se uma disputa que fez desta final a mais arrepiante destes Jogos, vencendo em emoção o revezamento 4x100m livre. Ambos terminaram visualmente empatados. E o norte-americano conseguiu a vitória, por somente um centésimo de segundo. Isso mesmo: um centésimo. Somente o replay em câmera lenta pôde mostrar com exatidão que ele havia tocado a parede primeiro.

Não havia jeito mais impressionante de entrar para a história. Em uma final como essas, percebe-se o quão importante este fato está sendo para os anais dos Jogos Olímpicos. Só resta a todos os pobres mortais assistir e aplaudir. Phelps é um mito que está sendo escrito diante dos olhos de todos.