sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Duelo de gigantes

Tênis Após a queda de Roger Federer da chave de simples do tênis masculino dos Jogos Olímpicos, os olhos se voltaram aos outros dois grandes tenistas da atualidade, Rafael Nadal e Novak Djokovic. Pois quis a tabela que os, respectivamente, número um e três do mundo não se enfrentassem na final, mas, sim, nas semifinais – deixando uma vaga na decisão para os menos qualificados James Blake e Fernando González.

A excelente fase de Nadal é indiscutível e, por isso, o espanhol entraria em quadra com leve favoritismo. Leve, porque, em piso duro, a vantagem no retrospecto entre os dois é de Djokovic (quatro vitórias em seis partidas).

Jogos entre o espanhol e o sérvio são garantia de muita rapidez e força, com jogadas no limite do possível, tanto do corpo quanto da quadra. E foi isso que se viu no Centro Olímpico de Tênis. Um show de ambos os lados, uma demonstração do mais fino que o tênis pode oferecer ao fã de esportes.

Nadal dominou o primeiro set. Djokovic, o segundo, com larga vantagem (6 games a 1). O terceiro, muito disputado, terminou com um erro bobo do sérvio, que chorou pela derrota que o tirou da final.

Para Rafael Nadal, que garantirá oficialmente o número um do ranking da Associação de Tenistas Profissionais nesta segunda-feira, as Olimpíadas podem fechar com chave de ouro esse momento especial de sua carreira. Ou melhor, com medalha de ouro. Para isso, o último obstáculo é o chileno González.

Para quem acabou de vencer Djokovic, não parece muito.

Em busca de consistência

Brasil Vôlei e futebol femininos. O que as duas modalidades têm em comum para o Brasil nestas Olimpíadas? Simples. As duas equipes venceram todas as suas partidas e são sérias candidatas ao título. Porém, ambas têm pequenos problemas que, caso não resolvidos, podem crescer e acabar com o sonho do ouro.

As últimas partidas das brasileiras dos dois esportes foram excelentes. No vôlei de quadra, os 3 sets a 0 contra o Cazaquistão foram marcantes. Afinal, é raríssimo que um time, por mais disparidade técnica que tenha em relação a um adversário, vença um set por 25 a 6, como aconteceu nesse jogo. O desempenho tem sido de um nível tão alto que o time de José Roberto Guimarães ainda não perdeu um set sequer na competição.

No futebol, a vitória de hoje por 2 a 1 contra as norueguesas garantiu a equipe da atacante Marta nas semifinais da competição olímpica. Após ficarem no zero na primeira rodada, as brasileiras se mostraram extremamente eficientes no setor de ataque e fizeram sempre, no mínimo, dois gols a cada partida. Uma ótima média.

Se tudo parece tão bom, quais são os pequenos problemas?

Para o vôlei, é o trauma dos momentos decisivos. Em outras ocasiões, as meninas do vôlei vinham demonstrando tanta técnica quanto a de agora até a hora de decidir o título. Aí, o nervosismo aflorava e fazia com que o time invariavelmente perdesse. Para que o País conquiste o ouro, este fantasma tem que ser enfrentado e derrotado. E para isso, o próximo jogo, contra a forte Itália, pode ser um primeiro passo. Um desafio de grande nível para testar o sistema nervoso das brasileiras.

No futebol, a questão gira em torno do sistema defensivo. Se, por um lado, o ataque do Brasil é extremamente melhor que todos os outros, a marcação é um pesadelo. Instável, ela causou muitos calafrios no torcedor durante toda a primeira fase. Entretanto, hoje, contra a Noruega, já se pôde perceber um avanço no posicionamento geral – o que melhorou bastante a atuação da defesa. A semifinal contra a campeã mundial Alemanha vai mostrar se a evolução foi suficiente.

E já que a discussão é de problemas, nenhum parece maior do que o de Ana Paula e Larissa, do vôlei de praia. A dupla, recém-formada (Juliana sofreu grave lesão e foi substituída às pressas por Ana) e com ínfimo tempo para entrosamento, ainda não consegue se impor como time. O jogo delas, até o momento, não flui como deveria. Mesmo assim, no talento individual, elas têm conseguido se impor.

O problema delas é que a próxima partida, pelas quartas-de-final, é contra as atuais campeãs olímpicas Walsh e May. Se as brasileiras estivessem entrosadas, jogando após um tempo maior de preparação, seria um jogo de igual para igual. Porém, como isso não aconteceu, o Brasil só passará em frente se for no brilho individual. O que parece pouco, no momento.

Dos obstáculos apresentados, dá para confiar na solução dos casos do vôlei de quadra e do futebol. Já Ana Paula e Larissa partem, indiscutivelmente, como zebras.

Um homem, oito provas VI

Phelps A um passo de empatar o recorde de Mark Spitz. Esta é a atual situação de Michael Phelps na busca por oito ouros em Pequim. Na noite de ontem para hoje, ele conquistou sua sexta dourada, nos 200m medley. Com mais uma das duas que disputará, ele iguala a marca de Spitz. Com ambas, ele vira recordista isolado.

Nesta mesma prova, Thiago Pereira, como adiantado pelo blog, não alcançou o pódio. A exaltação criada em cima do nome dele após o Pan do Rio de Janeiro foi completamente exagerada. Pereira não tinha o mesmo nível dos seus principais concorrentes de prova, como muitos jornalistas que apelam para o nacionalismo para garantir público (ou os desinformados, mesmo) tentaram dizer. O quarto lugar que ele alcançou na final foi excelente, muito acima do que se poderia prever. Medalha, era claramente impossível.

As duas provas que Phelps ainda disputa nestas Olimpíadas são os 100m borboleta e o revezamento 4x100 medley. Das duas, o revezamento é considerado barbada para os norte-americanos. Nos 100m borboleta, a disputa será um pouco maior. Mas o fenômeno das piscinas parece não se importar em vencer qualquer disputa.