domingo, 10 de agosto de 2008

Showmen

Destaques O principal atrativo de esportes coletivos como o vôlei, o basquete e o futebol é a interação entre os atletas de uma equipe. A rapidez e a qualidade na troca de passes, além da plasticidade de certas finalizações, chamam muita atenção de quem assiste. Tais malabarismos podem até, em alguns casos, ser comparados a obras de arte, de tão cheios de pose que são. E os showmen da bola resolveram marcar presença nesta virada de sábado para domingo.

No vôlei masculino, apesar de ainda demonstrarem um certo incômodo pelo mau resultado na Liga Mundial, os comandados de Bernardinho impuseram sua superioridade diante do Egito e venceram a estréia por 3 sets a 0. Só que, ao contrário do que o resultado sugere, nem tudo foi uma maravilha.

A velocidade ainda não é a mesma de outros momentos e alguns erros que não aconteciam vêm aparecendo. Porém, esse é o momento certo para observar as falhas e corrigí-las. Além do mais, durante a partida, ficou claro que o potencial do time ainda está lá e que o Brasil tem, sim, boas chances de chegar ao ouro. Tempo para aprimoramento, há. Basta usá-lo corretamente.

No futebol masculino, Ronaldinho acordou. O Brasil venceu a Nova Zelândia por 5 a 0 com show do meia gaúcho. Ele deu belos toques de efeito na bola e participou de quatro dos cinco gols brasileiros. Há quem vá lembrar que o adversário era fraco. E é verdade. Só que, para um time que estava jogando mal e sofrendo para vencer até times deste nível, a evolução é clara.

Em comparação à partida contra os belgas, a seleção passou a jogar mais pelas laterais – principalmente pela esquerda, onde Ronaldinho formou ótima dupla com Marcelo, do Real Madrid. O ataque participou mais (e melhor) do jogo e o meio-campo mostrou uma movimentação mais inteligente.

Ainda é pouco para se pensar em título? Sim. Mas um evidente primeiro passo foi dado. E se considerarmos que a outra principal candidata ao ouro, a Argentina, também enfrenta dificuldades, pode-se ficar um pouco mais otimista. Principalmente se Ronaldinho mantiver nível próximo ao exibido contra os neozelandeses.

De um famoso camisa 10 brasileiro para outro famoso camisa 10. Esse, dos Estados Unidos. Kobe Bryant foi um dos destaques da vitória norte-americana sobre os chineses na estréia dos favoritos ao ouro do basquete masculino nas Olimpíadas. Também brilharam em quadra LeBron James e Dwayne Wade. Uma exibição de enterradas e contra-ataques rápidos garantiu a vantagem de Bryant e companhia contra a equipe do ídolo chinês Yao Ming.

Para quem gosta de jogo bem jogado e muita plasticidade, há tempo. As competições de basquete, futebol e vôlei estão somente em sua primeira fase. Ainda tem muito o que acontecer daqui para frente.

A queda de um favorito

Judô Uma das oito chances claras de medalha de ouro do Brasil nessas Olimpíadas deu adeus à disputa na madrugada deste domingo (considerando o horário de Brasília). O judoca João Derly, atual bicampeão mundial de sua categoria, perdeu para o português Pedro Dias na fase oitavas-de-final.

Os especialistas no esporte dizem que a arbitragem foi complacente com o adversário de Derly. Dias teria fugido da luta, o que é contra as regras do judô. Porém, seja essa reclamação válida ou não, fato é que o brasileiro tinha qualidade suficiente para ir muito mais longe na competição. Se não ao título, ao menos às fases derradeiras.

Uma queda em uma fase tão inicial pode, sim, ser considerada um resultado péssimo para o bicampeão. E Derly sabe disso. O que, de algum modo, justifica as lágrimas dele após a derrota. Mas, de modo algum, justifica qualquer tipo de crítica ao atleta. Afinal, favoritismo não ganha luta. E ninguém é obrigado a vencer todas.

Um homem, oito provas I

Phelps Um dos principais nomes desta edição dos Jogos Olímpicos, se não o mais importante de todos, é Michael Phelps. O norte-americano tenta, no belíssimo Cubo d'Água, bater o recorde histórico de outro nadador, Mark Spitz, que conseguiu conquistar sete ouros em uma só Olimpíada – a de 1972, em Munique.

Essa tentativa não é nova. O mesmo Phelps, em 2004, já buscou ultrapassar essa marca. Naquela ocasião, ele disputou oito provas, assim como fará em Pequim. Porém, "só" venceu seis delas, ficando um triunfo atrás de Spitz. Agora, ele tem uma segunda chance. Seu objetivo, para alcançar o inédito número de oito ouros, é vencer todas as provas que disputa.

E na primeira delas, os 400m medley, o fenômeno das piscinas não só levou o ouro, como baixou o recorde mundial da prova, que já era dele, em quase dois segundos – uma quantidade considerada enorme na natação.

Em 2004, Phelps já havia vencido os 400m medley. As duas provas que ele não faturou em Atenas foram o revezamento 4x100m livre e os 200m livre. Em ambas, ele ficou com o bronze. Pela lógica, devem ser as duas mais difíceis para ele nessa edição dos Jogos.

Se Michael Phelps, sozinho, fosse um país, ele teria ficado em 16º lugar no quadro de medalhas das últimas Olimpíadas, exatamente uma posição acima do Brasil.

Brasil bem, Alemanha sofre

Futebol 22 minutos. Esse foi o tempo necessário para as meninas do futebol brasileiro definirem uma tranqüila vitória sobre a seleção da Coréia do Norte, com os gols de Daniela Alves e Marta. O Brasil dominou totalmante a partida e manteve o placar inalterado até os acréscimos do segundo tempo, quando as norte-coreanas descontaram e determinaram o resultado final de 2 a 1.

Na outra partida do grupo F, as alemãs, atuais campeãs mundiais e favoritas ao título, sofreram para ganhar da Nigéria por 1 a 0. Vale lembrar que as nigerianas haviam perdido da Coréia do Norte na primeira rodada. Por isso, ao menos em teoria, não deveriam ter dado tanto trabalho à Alemanha. Se isso pode mostrar alguma queda de rendimento das européias, só os próximos jogos poderão dizer.

Após essa rodada, o Brasil lidera o grupo com os mesmos quatro pontos da Alemanha – um a mais que as coreanas, que estão em terceiro lugar. Na terça-feira, o Brasil joga contra a desclassificada Nigéria, com boas chances de assegurar a liderança, enquanto Alemanha e Coréia do Norte devem brigar pela segunda vaga.