sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Em busca de consistência

Brasil Vôlei e futebol femininos. O que as duas modalidades têm em comum para o Brasil nestas Olimpíadas? Simples. As duas equipes venceram todas as suas partidas e são sérias candidatas ao título. Porém, ambas têm pequenos problemas que, caso não resolvidos, podem crescer e acabar com o sonho do ouro.

As últimas partidas das brasileiras dos dois esportes foram excelentes. No vôlei de quadra, os 3 sets a 0 contra o Cazaquistão foram marcantes. Afinal, é raríssimo que um time, por mais disparidade técnica que tenha em relação a um adversário, vença um set por 25 a 6, como aconteceu nesse jogo. O desempenho tem sido de um nível tão alto que o time de José Roberto Guimarães ainda não perdeu um set sequer na competição.

No futebol, a vitória de hoje por 2 a 1 contra as norueguesas garantiu a equipe da atacante Marta nas semifinais da competição olímpica. Após ficarem no zero na primeira rodada, as brasileiras se mostraram extremamente eficientes no setor de ataque e fizeram sempre, no mínimo, dois gols a cada partida. Uma ótima média.

Se tudo parece tão bom, quais são os pequenos problemas?

Para o vôlei, é o trauma dos momentos decisivos. Em outras ocasiões, as meninas do vôlei vinham demonstrando tanta técnica quanto a de agora até a hora de decidir o título. Aí, o nervosismo aflorava e fazia com que o time invariavelmente perdesse. Para que o País conquiste o ouro, este fantasma tem que ser enfrentado e derrotado. E para isso, o próximo jogo, contra a forte Itália, pode ser um primeiro passo. Um desafio de grande nível para testar o sistema nervoso das brasileiras.

No futebol, a questão gira em torno do sistema defensivo. Se, por um lado, o ataque do Brasil é extremamente melhor que todos os outros, a marcação é um pesadelo. Instável, ela causou muitos calafrios no torcedor durante toda a primeira fase. Entretanto, hoje, contra a Noruega, já se pôde perceber um avanço no posicionamento geral – o que melhorou bastante a atuação da defesa. A semifinal contra a campeã mundial Alemanha vai mostrar se a evolução foi suficiente.

E já que a discussão é de problemas, nenhum parece maior do que o de Ana Paula e Larissa, do vôlei de praia. A dupla, recém-formada (Juliana sofreu grave lesão e foi substituída às pressas por Ana) e com ínfimo tempo para entrosamento, ainda não consegue se impor como time. O jogo delas, até o momento, não flui como deveria. Mesmo assim, no talento individual, elas têm conseguido se impor.

O problema delas é que a próxima partida, pelas quartas-de-final, é contra as atuais campeãs olímpicas Walsh e May. Se as brasileiras estivessem entrosadas, jogando após um tempo maior de preparação, seria um jogo de igual para igual. Porém, como isso não aconteceu, o Brasil só passará em frente se for no brilho individual. O que parece pouco, no momento.

Dos obstáculos apresentados, dá para confiar na solução dos casos do vôlei de quadra e do futebol. Já Ana Paula e Larissa partem, indiscutivelmente, como zebras.

Um comentário:

Anônimo disse...

Se o psicologico nao ganhar,vem mais 2 ouros femininos pro brasil,eu axo mto provavel q isso aconteça